
Faça o que Queres pois há de ser tudo da Lei : Significado.
A frase “Faça o que queres, pois há de ser tudo da lei” ressoa de maneira profunda e multifacetada, evocando uma reflexão sobre liberdade, individualidade, moralidade e a relação com as normas que estruturam a sociedade.
Ela carrega consigo uma carga de rebeldia, mas também um apelo à compreensão de algo maior, um princípio que transcende as convenções estabelecidas.
Para explorar o que realmente significa esse dito, é necessário adentrar no terreno da liberdade pessoal, da natureza das leis e do que entendemos por “lei” em um sentido mais amplo.
A ideia de “fazer o que queres” parece estar em desacordo com a lógica convencional, onde as leis, normas e regras estão presentes para orientar a sociedade e regular o comportamento humano.
Porém, ao dizer “pois há de ser tudo da lei”, há uma afirmação que convida à reconsideração da relação entre a vontade pessoal e o sistema de leis.
A liberdade individual e o poder da vontade
A frase em questão começa com uma afirmação audaciosa: “Faça o que queres”.
Em sua essência, essa frase é um convite à liberdade total, um apelo para que o indivíduo busque a realização de sua vontade sem qualquer restrição externa.
Mas o que isso realmente significa em termos práticos?
A liberdade de fazer o que se quer é frequentemente idealizada como uma forma de autonomia total, onde o ser humano se vê livre para decidir por si mesmo o que é certo ou errado, o que deve fazer e como deve viver.
A ideia de agir segundo a própria vontade é atraente, pois ela carrega consigo uma promessa de realização pessoal, de viver de acordo com nossos desejos e anseios mais profundos.
No entanto, essa liberdade plena pode ser paradoxal.
Em uma sociedade onde as relações humanas são interdependentes, onde o bem-estar de um indivíduo muitas vezes depende do comportamento de outros, a simples busca pela satisfação pessoal pode esbarrar em limites.
Fazer o que queres não implica apenas agir sem restrições internas ou externas, mas também questionar os próprios limites da vontade humana.
Será que somos verdadeiramente livres para fazer o que desejamos, ou nossas vontades estão condicionadas por fatores externos, como a moralidade, a ética social ou até mesmo o inconsciente?
A liberdade de fazer o que se quer, portanto, não é uma liberdade sem consequências.
Ela implica a necessidade de se confrontar com a própria natureza, com as motivações que impulsionam nossas ações e com os efeitos que elas causam nos outros.
Em um primeiro momento, a frase parece ser um chamado à ação sem censura, uma afirmação da autonomia individual.
No entanto, ela também pode ser lida como uma provocação: será que somos verdadeiramente livres para querer aquilo que desejamos, ou nossa vontade está moldada por forças além do nosso controle?
A lei como princípio universal
Quando a frase diz “pois há de ser tudo da lei”, a mensagem muda de direção.
Aqui, a “lei” não parece se referir às leis que regulam o comportamento social, aquelas que impõem punições e recompensas, mas a uma “lei” mais fundamental, talvez uma lei universal ou cósmica.
A afirmação de que “há de ser tudo da lei” sugere que, independentemente das ações individuais, existe uma ordem subjacente, uma força maior que rege o universo e que, de alguma forma, justifica ou valida as escolhas do indivíduo.

Essa ideia da lei como algo maior que a legislação humana nos remete à reflexão sobre as leis naturais ou espirituais, aquelas que governam o equilíbrio e a harmonia do universo.
A noção de uma lei universal implica que existe uma ordem no caos, uma estrutura que guia os eventos da vida de maneira que, mesmo nas ações mais aparentemente egoístas ou impulsivas, existe uma conexão com essa ordem maior.
Em outras palavras, “fazer o que queres” não é simplesmente um chamado à licenciosidade, mas uma afirmação de que cada ato, cada escolha, está imerso em uma rede de significados e consequências que transcendem a individualidade.
Nesse sentido, “a lei” pode ser interpretada como um princípio que orienta a vida, seja por meio de uma força espiritual, seja pela própria natureza das relações humanas.
O que se busca aqui é a ideia de que, mesmo nas ações que parecem mais livres ou irrestritas, há um padrão, uma ordem cósmica que garante que tudo esteja interconectado.
“Tudo da lei” sugere que, no fundo, nossas escolhas e ações estão de acordo com uma verdade maior, uma lei universal que vai além da superfície das convenções sociais ou das normas legais.
A relação entre o indivíduo e a sociedade
Embora a frase inicial sugira uma ênfase na liberdade individual, a adição de “tudo da lei” traz à tona uma questão ética importante: como a liberdade pessoal se relaciona com a liberdade dos outros?
Se todos “fizerem o que querem”, sem restrições, como garantir que isso não leve ao caos ou à opressão?
Não estamos falando aqui de um desejo de anarquia, mas da possibilidade de coexistir de maneira harmônica dentro de uma estrutura que respeite tanto a autonomia individual quanto a interdependência social.
Esse dilema não é novo.
As leis humanas, as regras sociais, surgem justamente como uma tentativa de equilibrar a liberdade do indivíduo com o bem-estar coletivo.
Elas são tentativas de garantir que a ação de um não prejudique a liberdade do outro, que o desejo de um não interfira no direito dos outros de agir de acordo com sua própria vontade.
O grande desafio é que, ao estabelecer leis, a sociedade impõe limitações à vontade individual, o que gera a sensação de restrição e perda de liberdade.
Aqui, a frase “pois há de ser tudo da lei” pode ser vista como uma tentativa de reconciliar a liberdade pessoal com a ordem universal.
A lei não deve ser encarada como uma imposição externa, mas como uma força que, ao contrário, garante que a liberdade de um indivíduo não anule a liberdade de outro.
A lei universal, nesse contexto, pode ser vista como uma metáfora para a necessidade de harmonia entre os indivíduos e a sociedade, de reconhecimento da liberdade do outro e do princípio da reciprocidade.
Em última análise, a liberdade do indivíduo só pode ser plenamente realizada em um contexto onde todos possam igualmente expressar seus desejos, sem prejudicar os outros.
O paradoxo da liberdade e da responsabilidade
A frase “Faça o que queres, pois há de ser tudo da lei” traz à tona um paradoxo fundamental: a liberdade de fazer o que se quer é indissociável da responsabilidade por essa liberdade.
Embora a vontade individual seja vista como um direito essencial, ela também é uma força poderosa que pode ter implicações profundas.
Fazer o que queremos, sem qualquer restrição, pode nos levar a consequências inesperadas, e essas consequências precisam ser enfrentadas com a consciência de que a liberdade de um está entrelaçada com a liberdade do outro.
Se a lei universal sugere uma ordem maior que regula nossas ações, então não estamos livres de qualquer responsabilidade por nossas escolhas.
Na verdade, é justamente a responsabilidade que define o verdadeiro significado da liberdade.
Ser livre para fazer o que queremos implica também ser responsável pelas consequências dessas ações.
A lei universal, nesse contexto, não é uma licença para agir sem limites, mas um convite a agir de maneira consciente, com um entendimento profundo das interconexões entre nossas ações e o mundo ao nosso redor.
A frase “Faça o que queres, pois há de ser tudo da lei” desafia nossa compreensão sobre a liberdade, a moralidade e a relação entre o indivíduo e a sociedade.
Ela sugere que a verdadeira liberdade não é uma licença para agir sem restrições, mas uma expressão de algo maior, uma harmonia com uma lei universal que regula as interações humanas e as forças que moldam a realidade.
O que significa fazer o que se quer é, portanto, algo mais profundo do que simplesmente seguir os próprios desejos.
Significa agir em sintonia com algo maior, com a compreensão de que nossas escolhas têm consequências e que a liberdade só é plena quando respeita a liberdade dos outros e está alinhada com um princípio maior de harmonia e equilíbrio.